quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pipeline - Havaianos mandam, australianos vencem

Kieren Perrow? Confesse, você não esperava por essa. Nem eu. Foi o tipo de resultado que derruba qualquer bolsa de apostas, mas fez sentido. Nesse tipo de ondas acima dos 8 pés ele, que nunca deve ter dado um aéreo na vida, é sempre perigoso. Em 2010 foi vice, perdendo na final para Jeremy Flores. Dessa vez, desde o 2º round, quando surfou sua primeira bateria, o australiano de Byron Bay mostrou que é um Pipe Master.
Kieren entrou sempre nas maiores, completando ondas em que poucos arriscariam o pescoço. Drops verticais, curvas no limite e tubos profundos. Fez a 2ª melhor somatória do evento [18.73] para vencer Josh Kerr no 3º round. Conseguiu se reclassificar entre os top 32 aos 45 do segundo tempo quando chegou às quartas de final dessa 29ª edição do Pipe Master. Marcou uma nota 10 na semi, contra Bourez. Venceu o segundo do ranking na final australiana de um evento onde os havaianos dominaram a cena. Teve um dia de campeão para coroar o melhor evento de sua vida. Vencer um WT pela primeira vez, depois de tantos anos de estrada, é legal. Vencer esse evento é épico. Seu nome agora está inscrito numa lista das mais invejáveis do mundo. Parabéns. Será que ele ainda vai implicar com o novo formato?


Nem ele estava acreditando. Melhor evento da vida do Kieren. | Crédito da imagem: ASP/Kirstin


O INESPERADO QUE DEU CERTO
Muito embora Parko tenha feito uma campanha pífia em Banzai Pipeline, vale lembrar que ele foi vice campeão mundial, mais uma vez, aliás. O cara é o Cheyne Horan do século XXI. Parko ficou em 2º em 2002, 2004 e 2009, com o detalhe do vice em 2011 ser a primeira vez em que perdeu para Slater. Só para tirar o recalque sua grande façanha nesse evento, além de sair de algumas [poucas] ondas que pareciam impossíveis, foi justamente vencer Slater na semifinal.
Parko pegou boas esquerdas, mas abusou do Backdoor e venceu Slater. | Crédito da imagem: ASP/Kirstin


Pipeline é um show à parte. Ali, além de enfrentar as ondas e uns aos outros, os Tops têm de encarar os havaianos convidados. Pela lógica competitiva parece mesmo sacanagem, mas grande parte do show e notas acima de médias ridículas foi feita por alguns desses locais como Jamie O’Brien, Evan Valiere, Ian Walsh ou Kalani Chapman.

Slater venceu John Florence, com a prancha errada. Depois perdeu para Parko, mesmo com uma prancha que parecia andar melhor em Pipeline. Crédito da imagem: ASP/Kirstin


O ESPERADO QUE DEU ERRADO
Sem mais delongas. As maiores somatórias. Duas notas 10 e o maior número de ondas boas do evento. Ele brincou e se divertiu onde muitos estavam tentando sobreviver. John Florence era o cara. Até que O CARA o barrou nas quartas. Kelly fez o que faz melhor, mesmo com a prancha errada. Virou na última onda, no último minuto, em cima da grande sensação do evento, apesar de sua quadri 5’6” canaletada de bico largo. Acho que ele pensou no Backdoor, onde virou a bateria, mas em Pipe [esquerdas] a tal pranchinha não estava lá uma Brastemp. O notável foi constatar a felicidade do “Rei do Surf” ao ouvir o resultado já na areia. Pronto, sua missão estava cumprida. Perder para mais um desses moleques teria acabado com o fim de ano dele. Mostrou que quem manda, por 0.83, num espetáculo de bateria. Depois perdeu para Joel. Ah, tanto faz, uma vez ou outra isso acontece.
JonFlo dominou o Backdoor, pena ter feito sua pior bateria justamente nas quartas, quando perdeu para Kelyy por apenas 0.83.  Crédito da imagem: ASP/Cestari
Kelly comemorou muito a virada, nos últimos 3 minutos de bateria, sobre John Florence no que parecia a verdadeira final. Deu o troco na molecada para fechar o ano feliz. Crédito da imagem: ASP/Kirstin


HONRA AO MÉRITO
Mineiro é o quinto do mundo, pode parecer pouco, mas não é. Medina fez o que devia, com tranqüilidade. Me diz, isso é ou não postura de gente grande? Sua melhor onda foi justamente na bateria em que perdeu. Tudo bem, as ondas estavam complexas para quem não tem intimidade com o pico. Fez a parte dele, com estilo. Aguardem esse cara em Fiji. Jadson poderia ter ido adiante, não fosse uma maldita ondinha secundária a estragar seu tubo e a experiência de CJ. Owen também deu um show e perdeu para Valiere numa das melhores disputas desse incrível Pipe Master. Julian Wilson mostrou coragem e habilidade no drop mais insano, só faltou experiência. A nova, a semi nova geração e os mutantes monstros sagrados vão transformar 2012 num ano e tanto.

Medina pegou sua melhor onda nas quartas de final. Pena que faltou uma segunda. | Crédito da imagem: ASP/Cestari


FINAL DO BILLABONG PIPE MASTERS:
Campeão: Kieren Perrow (AUS) - US$ 75.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Joel Parkinson (AUS) - US$ 30.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS - 3.o lugar - US$ 17.500 e 6.500 pontos:
1.a: Joel Parkinson (AUS) 17,23 X 16,83 Kelly Slater (EUA)
2.a: Kieren Perrow (AUS) 12,00 x 4,07 Michel Bourez (TAH)
QUARTAS DE FINAL - 5.o lugar - US$ 13.750 e 5.250 pontos:
1.a: Joel Parkinson (AUS) 12,00 x 9,43 Jamie O´Brien (HAV)
2.a: Kelly Slater (EUA) 17,53 x 16,70 John John Florence (HAV)
3.a: Michel Bourez (TAH) 7,70 x 3,66 Evan Valiere (HAV)
4.a: Kieren Perrow (AUS) 17,23 x 9,26 Gabriel Medina (BRA)

Florence é o mais jovem campeão da Tríplice Coroa. O Havaí tem novamente um representande de peso no Tour. Crédito da imagem: ASP/Cestari


O PELOTÃO BRASILEIRO SEGUE IMPÁVIDO
Os 7 do Brasil entre os melhores do mundo continuam sendo: Gabriel Medina (4º no ASP World Ranking), Adriano de Souza (6º), Alejo Muniz (9º), Heitor Alves (16º), Miguel Pupo (17º), Raoni Monteiro (21º) e Jadson André (27º). Cairam fora dos 32, saíram da elite: Kai Otton, Fredrick Patacchia, Chris Davidson, Daniel Ross e Dane Reynolds.

Medina é o brasileiro mais elogiado pelos gringos na história da ASP. | Crédito da imagem: ASP/Kirstin

O taitiano Michael Borez tem intimidade com cilindros e só perdeu para o campeão. Foi seu melhor ano no Tour. Crédito da imagem: ASP/Cestari
 
TOP-10 DO ASP WORLD TITLE RACE 2011 - 11 etapas:
Campeão: Kelly Slater (EUA) - 68.100 pontos
02: Joel Parkinson (AUS) - 56.100
03: Owen Wright (AUS) - 47.900
04: Taj Burrow (AUS) - 45.700
05: Adriano de Souza (BRA) - 44.950
06: Michel Bourez (TAH) - 38.650
07: Jordy Smith (AFR) - 38.250
08: Josh Kerr (AUS) - 37.750
09: Julian Wilson (AUS) - 37.100
10: Alejo Muniz (BRA) - 31.850
12: Gabriel Medina (BRA) - 28.700
17: Heitor Alves (BRA) - 24.900
22: Jadson André (BRA) - 21.400
29: Raoni Monteiro (BRA) - 15.200
36: Miguel Pupo (BRA) - 7.250

Perrow fez um evento impecável para chegar à sua primeira vitória num WT em condições épicas. Crédito da imagem: ASP/Cestari

G-32 DO ASP WORLD RANKING PARA O DREAM TOUR 2012:
1.o: Kelly Slater (EUA) - 64.200 pontos
2.o: Joel Parkinson (AUS) - 52.100
3.o: Taj Burrow (AUS) - 48.450
4.o: Gabriel Medina (BRA) - 47.070
5.o: Owen Wright (AUS) - 46.150
6.o: Adriano de Souza (BRA) - 45.900
7.o: Julian Wilson (AUS) - 43.945
8.o: Jordy Smith (AFR) - 42.100
9.o: Alejo Muniz (BRA) - 38.600
10: Michel Bourez (TAH) - 38.100
11: Josh Kerr (AUS) - 37.370
12: Damien Hobgood (EUA) - 33.220
13: John John Florence (HAV) - 32.855
14: Mick Fanning (AUS) - 30.600
15: Jeremy Flores (FRA) - 30.320
16: Heitor Alves (BRA) - 30.145
17: Miguel Pupo (BRA) - 30.055
18: Adrian Buchan (AUS) - 27.030
19: Kieren Perrow (AUS) - 27.000
20: Bede Durbidge (AUS) - 26.900
21: Raoni Monteiro (BRA) - 25.660
22: Brett Simpson (EUA) - 25.650
23: Adam Melling (AUS) - 25.450
24: Kolohe Andino (EUA) - 25.245
25: Tiago Pires (PRT) - 24.450
26: C. J. Hobgood (EUA) - 24.300
27: Jadson André (BRA) - 23.640
28: Matt Wilkinson (AUS) - 23.600
29: Patrick Gudauskas (EUA) - 23.020
30: Dusty Payne (HAV) - 22.505
31: Travis Logie (AFR) - 22.325
32: Taylor Knox (EUA) - 21.900
 
Fonte: EXPN

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...