Jesse é um dos próximos talentos que o Brasil pode revelar na elite mundial. | Crédito da imagem: Cestari/ASP |
Jesse Mendes é o próximo da fila de brasileiros que estão representando no surf mundial. Da mesma turma de Miguel Pupo e Gabriel Medina, o garoto é mais um surfista da novíssima geração [com menos de 18 anos] que vem se destacando no cenário internacional.
Criado nas ondas do Guarujá, litoral
paulista, Jesse começou a viajar muito cedo. Incentivado pelo pai, frequentou o
Havaí desde novo e hoje é dono se um surf maduro, com pitadas do ‘frescor
aéreo’ de sua geração.
Acostumado a viajar, competir e se
divertir com Pupo e Medina, não vê a hora de se juntar as dois na elite
mundial. Hoje ele está na 41ª posição do ranking da ASP, na famosa ‘bolha’,
como ele mesmo diz. Tem a possibilidade de se classificar com os pontos das
duas etapas do WQS, que acontecem nas próximas semanas no Havaí. Mas quanto a
isso, ele prefere não se preocupar. Por enquanto quer saber de treinar e surfar
sem pressão.
Jesse tem apenas 18 anos e surf de genre grande. Foto: ASP Cestari |
De
patrocínio recém trocado, Jesse está no North Shore de Oahu a espera das ondas
para o início do Reef Hawaiian Pro, em Haleiwa. O mar está completamente flat
por lá. Enquato isso, aproveitamos para trocar uma ideia com ele, o mais novo
atleta da Quiksilver. Leia a entrevista:
Como estão as ondas no Havaí? Está dando
para treinar?
Ontem a gente surfou. Left Overs, um lugar
não muito conhecido. Estava meio força barra, menos de meio metro com muito
vento. Mas hoje aqui na ilha não tem nada mesmo. Isso não é muito normal aqui
no Havaí.
Quais são suas expectativas para esse
campeonato em Haleiwa?
O mar vai estar pequeno, não vai estar
favorável aos atletas daqui, os havaianos, porque eles estão acostumados com um
mar maior, mais pesado com mais power. Acho que vai ser uma loteria. Haleiwa é
uma onda de série, que demora bastante…. Então eu acho que vai ser bem loteria.
Cada série demora certa de vinte minutos para entrar, então, quem der sorte vai
pegar onda.
Você está em 41º no ranking. Ainda existe
uma chance de classificação neste ano?
Estou na bolha ali, precisando de bons
resultados agora aqui no Hawaii. Na verdade quem fizer os resultados bons agora
vai entrar. Tem uma galera alí quase para entrar.
Isso gera uma pressão sobre você para
essas etapas?
Ah, eu não sinto muito isso. É meu
primeiro ano, estou bem novo ainda… Quero entrar, mas sou bem novo ainda… vou
lá fazer meu surfe tranquilo e ver no que dá.
Por que você decidiu mudar de patrocínio?
Eu já vinha pensando nisso no meio do ano…
a Quiksilver já veio falar no meu manager, o Paulo Kid no meio do ano. Daí,
como eu já fui patrocinado por eles quando eu tinha 10 anos, achei legal. Eles
deram uma proposta melhor. A Quiksilver é uma marca que eu gosto muito. Foi uma
escolha muito boa…tenho uma relação muito boa com eles já há tempos. Eles estão
me dando uma oportunidade melhor, maior apoio.
Jesse saiu da Rip Curl e agora fechou contrato com a Quiksilver. Foto: Divulgação |
Você acha que o sucesso de Medina pode ter te colocado
em uma situação complicada dentro da Rip Curl?
Com certeza. A Rip Curl tá com vários
atletas no WT e eles acabam gastando muito dinheiro com eles….. Eles não podiam
me pagar o que eu acho que eu merecia. Então achei que seria melhor aceitar a
proposta da Quiksilver.
O Alejo [Muniz] era atleta da Quiksilver e
quando mudou para a Nike acabou entrando no WT. Você acha que isso pode
acontecer com você?
Tomara né. O Alejo foi assim, acho. Logo
que foi para a Nike, acabou entrando. Pode ser. Isso acontece.
Como você vê essa avalanche de surf
brasileiro?
E estou muito feliz por todos eles…. É
muito feliz… é muito legal ficar no meio disso tudo. Me instiga muito, faz eu
me preparar melhor. Competi a vida toda com todos eles, sempre viajei com eles,
então não quero ficar longe de todo mundo. Da vontade de estar lá com eles… é
muita vontade…
Você acha que os gringos respeitam mais os
brasileiros hoje?
Com certeza. Na verdade eles estão
engolindo. Tão tendo que engolir. Sempre tiveram o preconceito muito grande
contra brasileiro e agora estão tendo que engolir. A gente esta no mesmo nível…
ou até melhor que eles. O Medina está puxando o nível. E outra, todo mundo fala
a língua deles super bem, eles nem se quer falam outra língua.
O que você achou do novo formato da ASP?
Você acha que beneficiou os brasileiros?
O formato é bom, eu não tenho do que
reclamar, mas eles tem que ajustar muitas coisas ainda. Acho que na verdade não
beneficiou os brasileiros. O Medina e o Pupo teriam entrado de qualquer
maneira, porque eles são muito bons. Foi bom para a ASP, porque se não fossem
eles, ninguém ia ter entrado no meio do ano.
A
verdade é que dificultou para todo mundo. Está mais fácil de se manter quem já
está lá dentro, do que para quem vai entrar…. Eles tem muito mais chances,
porque as etapas do WT valem mais. Então, eles podem correr as 10 etapas do WT
e todos os primes também. Enquanto que quem quer entrar só pode correr os
Primes e uns seis estrelas.
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"Sempre tiveram o preconceito muito grande
contra brasileiro e agora estão
tendo que engolir."
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--Jesse Mendes falando sobre os gringos
Quais são os seus objetivos para 2012?
Depende do que acontecer…. Se eu não me
classificar agora, vou correr atrás de me classificar com os PRIMES e os 6
estrelas.
Já quer se classificar no corte do meio do
ano né?
Ouvi
falar que não vai ter mais o corte no meio do ano. Não é nada oficial, mas a
surfistada estava falando isso aqui no Hawaii.
Agora a pergunta clichê: Você acha que
estamos perto de ter um campeão brasileiro?
Está no caminho certo.
Jesse frequenta o Havaí desde muito pequeno, quando já começou a aprender a arte de entubar. | Crédito da imagem: Cestari/ASP |
Mar grande não é um problema para ele. | Crédito da imagem: Cestari/ASP |
Fonte: EXPN
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